GENEBRA - A gripe A (H1N1) completa nesta sexta-feira, 11, um ano desde que se tornou uma pandemia, com o receio sobre seus riscos já amenizado, mas arrastando uma polêmica devido ao fracasso das campanhas de vacinação e à possível interferência de interesses comerciais na crise da saúde.
A pandemia da gripe H1N1 nunca existiu! essa foi a conclusão do Conselho Europeu que iniciará as investigações sobre o relacionamento entre empresas farmaceuticas e a OMC.
Coincidindo com este primeiro aniversário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou nesta quinta-feira, 10, um documento no qual insiste em várias características que tornaram esse vírus temido.
As críticas, no entanto, não deixam de recair contra o organismo sanitário há alguns meses. A primeira que despertou a opinião pública e a imprensa foi a do epidemiologista e presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, Wolfgang Wodarg, que acusou diretamente a OMS de ter deixado a indústria farmacêutica influenciar em suas decisões sobre a pandemia. A isso se somou nesta mesma semana a publicação de uma pesquisa realizada por uma renomada revista médica, que menciona que aparentes interesses comerciais podem ter se interposto em decisões relacionadas à pandemia e que a OMS gerou temores desnecessários.
A verdade é que a gripe suína matou muito menos que a gripe comum
Apesar disso, as campanhas de imunização contra a gripe A fracassaram em maior ou menor medida em praticamente todos os países onde foram realizadas. Em vários países europeus, sobraram milhões de doses. Alguns, como a França, conseguiram renegociar seus contratos com as farmacêuticas fornecedoras, mas com o risco de assumir grandes perdas. A extensão das perdas chegou ao ponto de Hong Kong anunciar que terá que se desfazer de 2,8 milhões de vacinas - de um total de 3 milhões compradas - que expiram em outubro.
A verdade é que se estima que o pânico inicial e a vontade dos governos de adquirir o mais rápido possível estoques de vacinas e remédios para proteger sua população resultou em lucros adicionais de cerca de 6 bilhões de euros para a indústria farmacêutica.
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